A construção de um novo troço ferroviário entre a Malveira e Lisboa, que garanta um acesso rápido à capital está a ser estudada no âmbito das compensações à região Oeste pelo abandono da Ota.
O presidente da Câmara de Torres Vedras, Carlos Miguel (PS), afirmou à Lusa que a secretaria de Estado dos Transportes está a estudar a hipótese do novo traçado, uma solução que também vai ao encontro dos objectivos do município de Loures, que necessita de transporte ferroviário para Lisboa.
"O nosso problema na Linha do Oeste é da Malveira para Sul (Lisboa)", disse Carlos Miguel explicando que "o actual troço quando chega à Malveira inflecte mais para poente e faz um 'V' até chegar a Lisboa com uma orografia muito difícil e criando constrangimentos".
"Aquilo que é a pretensão dos concelhos do Oeste é termos um traçado que não seja sinuoso mas directo a Lisboa", disse Carlos Miguel.
A ideia é passar a dispor de "um acesso rápido ao centro da capital, ao novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete e uma transposição fácil de mercadorias para o lado de lá do rio", explicou o presidente da Câmara.
O autarca de Torres Vedras falava após uma reunião com a secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, em que foi abordada a modernização da Linha do Oeste, que liga a Figueira da Foz ao Cacém.
"A senhora secretária de Estado assumiu o compromisso de ir estudar o canal de Loures", adiantou o autarca.
Carlos Miguel recordou ainda que este troço já tinha sido estudado em tempos pela REFER e por isso "a secretária de Estado quer saber se esse espaço ainda pode ser concretizável".
A falta de investimento na linha do Oeste, onde os comboios a partir de Torres Vedras demoram cerca de uma hora a chegar ao Cacém, tem levado a que diariamente partam desta cidade milhares de pessoas com destino à capital, de autocarro e em viatura própria, utilizando a auto-estrada 8,
Nesse sentido, o autarca socialista de Torres Vedras tem vindo a "alertar" a secretária de Estado para "não [se limitar a] remodelar mas a refundar a linha pois só assim servirá as populações".
Nas negociações que estão a decorrer desde o final de Janeiro, tem sido "primordial [para o Governo] a redução do tempo de transporte" mas para o autarca de Torres Vedras é importante a "qualidade" e a "não suburbanização da linha".
"Queremos que além do tempo, se discuta também a qualidade da própria linha e o serviço que ela vai prestar", disse Carlos Miguel defendendo "uma linha qualificada que sirva o transporte de pessoas, de mercadorias e que tenha em conta o turismo".
"Há consenso absoluto e sintonia [entre os autarcas] sobre o que se pretende para a Linha do Oeste", frisou Carlos Miguel.
Os presidentes das 13 câmaras municipais que integram a Associação de Municípios do Oeste e as autarquias de Santarém, Azambuja e Cartaxo estão em conjunto com o governo a elaborar um plano de investimentos como forma de minimização dos prejuízos da decisão de construir o novo aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete e não na Ota, como previsto anteriormente
Diário Digital / Lusa
18-03-2008 12:30:25
in http://diariodigital.sapo.pt
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