Lá começou mais uma época natalícia...ñ aquela que as criancinhas se portam melhor para receberem as prendas que vão pedir ao pai Natal, nem aquela em que as pessoas já estão a pensar que doces vão fazer, nem aquela que as pessoas esperavam para sair á rua e ver as luzes e as decorações de Natal e muito menos aquela em que uma pessoa se torna solidária e dá o que ñ precisa, e talvez um pouco mais, aos mais necessitados. É aquela época em que as criancinhas estão aos berros nos centros comerciais a exigirem isto e aquilo, aquela em que as pessoas andam a correr stressadas para poderem encomendar os bolos que já começam a escassear e a ñ conseguir encomendas nas melhores pastelarias, aquela época em que de repente todas as associações se lembraram de tocar nos corações e nas carteiras das pessoas (e quando digo todas, são TODAS mesmo), aquela época em que todas as pessoas pegam no carro e correm para os centros comerciais para fazerem as compras de Natal (normalmente é na última semana ou vésperas de Natal como bom tuga que se preze) e é praticamente impossível andar nas estradas e muito menos nos centros comerciais pois ñ há espaço nem para respirar quase, aquela época que as pessoas andam aos empurrões nas ruas e ñ tem nem tempo para olhar as belas luzes e árvores de Natal que estão espalhadas por todo o lado, aquela época que as pessoas se endividam até ao pescoço só para poderem oferecer prendas a toda a gente...
Adoro a Baixa Lisboeta no Natal, para mim sempre será um sítio mágico! Adoro as luzes e a árvore de Natal que lá colocam...para mim será sempre um ponto de referência nesta época. Penso é que as pessoas têm cada vez menos espírito natalício e mais espírito consumista.
Tive a infeliz ideia de querer nascer neste dia, para a minha mãe, para os médicos que estavam de banco e para mim mesma...Natal já foi bonito mas ultimamente, para mim, está a perder a beleza e a magia de otrora. Sim, tenho a mentalidade dos antigos, mas ninguém me tira aquela época em que ía para a cozinha junto com a minha irmã, ajudar a nossa mãe a fazer as famosas e deliciosas velhozes de joelho, a época em que adorava enfeitar a árvore de Natal e fazer o presépio e colocar a botinha
junto da árvore para no outro dia ver o que me esperava...claro que sei que o pai natal ñ existe mas vou sempre fazer o mesmo. Pôr as prendas debaixo da árvore com a botinha e abrir na manhá de dia 25. É uma tradição que sempre gostei e sempre o vou fazer.